segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Reféns do Tempo.




A humana falta de compreensão temporal.
Conhecimento herdado, explícito e não adquirido, a Terra é parte de um complexo sistema galáctico temporal. Como um relógio. Não esse de pulso, parede ou bolso. Algo maior. Aliás, não há nada maior, nada que o ser humano tenha como referência. Vistos diariamente, durante a passageira vida de todos os seres desse planeta, estão lá o sol e a lua, traçando seus ciclos como verdadeiros ponteiros de relógio, com começo, meio e fim. Cíclicos.
Os Maias, um dos povos que herdaram esse conhecimento tão antigo, faziam parte de um vasto grupo de civilizações que dedicaram sua existência a vivenciar e transmitir o que a eles foi ensinado. Aprenderam a evoluir através deles, sabiam que o planeta era parte de algo muito maior, entendiam a importância e tamanho poder que tinham em mãos, e incrustaram em monumentos de pedra todo esse conhecimento. Esse povo possuía centenas de calendários, que eram utilizados para uma série de segmentos como agricultura e baseados em observações através dos tempos, definiram os ciclos.  O mais famoso desses calendários, e um dos mais complexos, mostra a contagem do tempo em que vivemos e trás com ele uma data terminante, 21 de dezembro de 2012. Para entender o porquê dessa data, temos que buscar no passado peças de um quebra-cabeça que ainda não foi montado.
Todos humanos viventes nesse tempo podem acessar um vasto leque de informações. Conhecimentos antigos e sagrados estão banalizados e descrédulos, escondidos pela sombra do poder da religião e do egocentrismo. Mas estão aí, como esse calendário que nos mostra uma data. Levando-se em consideração que havia centenas de povos, com culturas distintas, influências antigas e colonizações externas diversas, podemos deduzir que, assim como nós hoje podemos discernir de maneira diferente sobre a mesma coisa, através do livre arbítrio e da bagagem que adquirimos durante nossa vida, esses povos faziam o mesmo. Portanto, deve ficar claro que essa é a visão de um povo que viveu em determinada região, sob influência de determinada cultura, e interpretou os fatos da maneira que lhe era possível.
De acordo com essa cultura, estamos vivenciando o quinto e último ciclo de 5.125 anos, que faz parte de outro maior, de 25.625 anos, com fim na data já citada. E não há outro calendário depois desse que subdivide o tempo em anos, meses, dias e horas. A grande questão é o porquê da não continuidade, gerando essa febre sobre o conhecimento Maia acerca do fim dos tempos.
Nós, seres humanos considerados por nós mesmos modernos, seguimos um calendário chamado Gregoriano, que substituiu o calendário Juliano. Ambos, sob forte influência do ego, sofreram alterações pelos imperadores Julio César e Augusto, e, por fim, pelo papa Gregório XIII. Daí seus nomes. Esses calendários não seguem a lei da observação, foram otimizados e impostos pela igreja ou pelo poder a ela vinculado em um determinado momento da história, em que povos eram conquistados, explorados e chamados de colônias, com suas culturas extintas e seus conhecimentos queimados.
Teoricamente deveríamos seguir um calendário com 13 meses de 28 dias, com um padrão de medidas perfeito. Essa mudança traria harmonia aos nossos corpos e mentes, e estaríamos interligados aos verdadeiros ciclos planetários. Faríamos nossa parte nesse complexo sistema galáctico temporal.
Hoje o tempo é dividido em dias com 24 horas, tempo esse necessário para que a Terra complete a sua rotação, uma volta em torno do seu eixo. Os meses são baseados no tempo em que a lua efetua a volta ao redor da Terra. Esse tempo é de 28 dias. Mas nossos meses vividos atualmente são de 28, 30 e 31 dias. E finalmente o ano, tempo que a Terra demora para completar seu ciclo em torno do sol, é de aproximadamente 365 dias.
Os Maias não puderam dividir mais o tempo ao fim desse calendário, porque os ciclos da Terra, lua e sol serão alterados. Mudando também o ano, os meses, os dias e, em conseqüência, as horas, minutos e segundos.
Não se pode contar algo que não pode ser previsto. Ao final desse realinhamento, caberá às gerações futuras observar, contar e definir novamente o tempo. Assim como ocorreu com civilizações já extintas.
Este realinhamento acontecerá em toda a galáxia, todos os planetas sofrerão as mudanças em suas órbitas. O tempo que a Terra dará sua volta em torno do sol será outro. Portanto, enquanto não observarmos este ciclo completo, não saberemos a medida exata do nosso novo ano.
O ano de 2012, de acordo com essas observações, não terá 365 dias. Já que a data terminante é 21 de dezembro. Claro que não podemos ser exatos nessa afirmação, afinal são milhares de anos, e primar pela exatidão seria impossível. A causa dessa alteração seria a passagem de outro planeta pelo nosso sistema. Não passará tão perto de nós, mas este corpo celeste tem 300 vezes mais massa do que Júpiter, que por sua vez tem aproximadamente 300 vezes mais massa que a Terra.
Se compararmos com a lua, nosso satélite, a mais próxima referência, que tem apenas 0.0123 % da massa da Terra e exerce tanta influência em nossa superfície, nos ciclos de vida, no clima e nas marés, começaremos a entender o que um planeta com essa magnitude pode causar a nós. O mesmo ocorre com o Sol, porém, com suas devidas proporções. Sabemos que há um alinhamento entre os planetas do sistema solar, estes estão mergulhados e flutuam no universo, posicionados e seguindo seus ciclos graças ao campo gravitacional existente entre eles. A passagem de um corpo que só será menor que o sol, mesmo a uma longa distância, influenciará em toda a órbita, e o magnetismo entre corpos celestes fará com que nosso sistema se realinhe e depois se estabilize, para continuar um novo ciclo.
Esta passagem será só mais um evento cósmico que nós humanos desconhecemos e não nos importamos, porque estamos presos à vida mundana e nos esquecemos do conhecimento ancestral. Abstemo-nos do papel, das nossas responsabilidades. Vivenciá-lo e respeitá-lo é saber evoluir.
Aprendemos a ler, escrever e seguir a nossa cultura quase que por osmose. Deixamos de lado a essência do que é verdadeiro. A falta de comprometimento humano não nos ensina que somos seres de luz dentro de um corpo carnal. 
Vivemos como seres de luz, eternos, dentro de um corpo com data de validade, dependente dos ciclos da vida. Seres viventes em um planeta, feitos das mesmas moléculas, como tudo a nossa volta, somos todos parte de um só. E parte influenciável desse complexo sistema temporal.
Não percebemos a verdade a nossa volta, o egocentrismo cercado de sua religiosidade nos cega diante de catástrofes naturais e crises mundiais. O vazio, o nada, são partes de nós. A mudança é interna, a busca pela evolução se inicia dentro de cada um. A verdadeira fé está a prova, longe das religiões e das crenças que nos mantiveram cegos por gerações e gerações.
Para entender e atravessar por este sinuoso caminho de mudanças próximas, devemos ter fé no amor verdadeiro, aquele que distingue as diferenças e as respeita como um todo, como um só. Temos que manter a mente e o coração abertos. É hora de mudar, de compreender, de evoluir.