Vejo conflitos no instante presente, internos, e não são os meus.
Estou em inércia, como um mero observador.
Visões. Se aproximam os mitos, as metáforas...
Mostram-me um grande número de pessoas em meio a uma intensa
bruma, caminhando, descalços com receio de pisar, quebrando galhos.
No seu interior, a vontade que se aflora é de se jogar ao
chão, os sentidos que até então auxiliavam, agora só causam desorientação.
Homens engatinhando, tateando, se esgueirando, a buscar com
as mãos na latente cegueira algo que só pode ser sentido pelo coração.
Se esgueirando? Se faz necessário agir dessa forma?
Parem de buscar a felicidade, onde ela não existe! Esqueçam
os sentidos, usem o coração!
Ela não está fora, a felicidade pulsa dentro do peito! Basta
olhar pra si, basta conhecer um pouco mais de você mesmo.
Percebam os convites, a cada obstáculo a vida te faz pensar,
refletir, te coloca frente a frente para que aceite ou não se conhecer.
Impostos pelos vários becos sem aparente saída, que nos
colocam a pensar, estão a nossa disposição, e são inúmeros os convites. Os
poucos que se propõe a abdicar dos seus bens, do seu “querer” sempre mais.
Mais e mais, no seu contentamento sempre e no eterno descontente.
Sábio era Camões, frustrado pelo amor, e cego de um olho,
que o convite da vida aceitou.
Este convite é pra que olhe dentro de ti.
E o que vê?
Não sabe?
Olha pra dentro de ti mesmo, e não sabe o que vê? Talvez não
tenham te ensinado a olhar.
Conhece a Maiêtica? Ensinada por Sócrates no longínquo século
IV, anterior a Cristo. Nos ensina a procurar a verdade no nosso interior.
Saber questionar-se, em sua auto reflexão, fazer as
perguntas corretas, para ouvir as respostas corretas que estão na mente humana.
Questione-se!
Todas as verdades, as suas verdades, estão dentro de ti e
através do coração são levadas a mente. Sim, todos temos as respostas. Basta permitir
ouvir o coração.
Havia um dizer escrito em latím nos pórticos do Oráculo de
Delfos da antiga Grécia, “nosce te ipsum”.
“Conhece te a ti mesmo”
Abra mão do que vê, na felicidade que busca no outro, ou nos bens que
possua. Se sua segurança se baseia nisso, pare!
Pare! E conhece te a ti mesmo...
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