sábado, 2 de abril de 2011

O Segredo dos Deuses - Alfredo Renasvita - Parte 2

A ligação com o Pai

A nossa alma é um pouco de Deus que nos é fornecido. É a entrega do Amor incondicional vinda de cima, dos planos mais etéricos. A nossa razão e abstracção é herdada deste Pai que nos criou a todos. É uma ligação profunda com o Universo, é a união do que é metafísico aqui na Terra. Esse Deus é a replicação do que é perfeito, é a ideologia pura de quando nos unimos com ele. Não é mais do que o que nos guia, o que nos fornece conhecimento, o que nos faz aprender. Não somos nós, per se, é uma parte de nós que nos ilumina, que nos protege e entende. É a nossa união com tudo o que existe e não existe. É a imaginação e a criação.
Por vezes esta visão cega os demais, assim como o pobre Ícaro subiu muito alto e se queimou. O nosso amor pelo perfeito tornou-se tão obcecante que caímos na sua tentação. Querendo ir mais alto, ignorando a vontade de nossa Mãe. Criámos a ideia fundamental Dele como sendo um espírito super-protector, uma entidade destrutiva, um Deus com a capacidade de nos reduzir a cinzas se bem o entender, se nós não respeitarmos as suas regras. Regras essas que nos fazem abdicar do que somos para nos podermos unir com ele. Necessitamos de o agradar por tudo e por nada, dar-lhe santinhos, fazer rezas, oferecer flores, e em algumas culturas sacrificar vidas.
Se Deus foi feito à nossa imagem, têm que compreender a tristeza que ele sente por esta imagem completamente deturpada. Ele criou-nos para sermos felizes, não para andarmos com o instinto de um mosquito que só vemos luz, ignorando a sombra enorme que se faz atrás de nós. A evolução é feita por uma espiral. A elipse é a forma perfeita, não a recta que nos pode levar a queimar tudo o que somos. Se ele nos guia, como é que nos pode mandar? Se ele é super-protector, como é que podemos ganhar asas e voar? Se ele é assim tem assim tantas regras que nos fazem ignorar tudo o que somos para que é que ele existe senão para nos trazer dor?
Como Nietzsche disse "Deus morreu", não porque ele não existe, mas sim porque a sua verdadeira essência foi esquecida e deturpada. Ele é Amor, é Universo, é Criação e eu Amo-o por isso. Não amava o que acreditava que ele fosse. E lembrem-se, "Se o Golias não fala, é porque estou cego pelo céu".

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